Os parlamentares destacaram a necessidade de segurança 24h no pronto atendimento e a insatisfação dos funcionários de trabalharem nos setores da prefeitura
O intenso desentendimento entre paciente e médico no Pronto Socorro de Guaíra, ocorrido há duas semanas, levou os vereadores a comentarem e criticarem a situação da saúde pública do município, durante a sessão ordinária desta terça-feira (24).
Entre as situações, os parlamentares destacaram a falta de segurança e estrutura no pronto atendimento da cidade, além de certa insatisfação por parte dos servidores públicos.
“O descontentamento da grande maioria do funcionário público hoje é imenso. Estamos perdendo aquele funcionário que não é bom e os bons também. Eu vejo na área da saúde, pessoas que trabalharam uma vida inteira no PS e hoje não querem mais trabalhar tamanho descontentamento, e assim em várias áreas que a gente vê por aí”, frisou Dr. Cecílio José Prates.
Danilo Barbosa também falou sobre os problemas do Pronto Socorro. “O tem que olhar mais para o ser humano que é a base da comunidade, devemos oferecer melhor atendimento em áreas como educação, cultura, saúde e área social. Estou realizando visitas, como o PS, que fui após o ocorrido. Ouvi os funcionários para me identificar com a situação. Deveria estar mais estruturado. ou da hora de ter uma segurança no local”, anunciou.
Em referência à briga de duas semanas atrás, Dr. Cecílio ressaltou: “quando começa a ter problema de briga é porque a coisa não está boa. O volume atendido é maior do que aquele que nós damos conta de atender. Já disse a esse secretário atual de saúde, o de antes e anterior, sobre o que eu penso que tem que ser feito com a saúde municipal. Temos que resolver o nosso problema, se a coisa está chegando a esse ponto de agressão física é porque não vai bem.”
O vereador, e também médico, continuou: “na verdade, temos hoje 11 equipes de PSF funcionando e o movimento do nosso pronto atendimento não diminui, só aumenta! Será que estamos com tanta gente doente? Teremos a audiência pública da saúde, vocês vão ver que está tendo de 30 a 40 mil consultas mês para uma população de 50 mil habitantes! Será que todo mundo a por consulta no mês? Ou as pessoas estão pulando de médico em médico até achar uma solução? A coisa não está certa”, disse.
“Sou contra agressão física, e olha que dei plantão nesse PS em uma época em que a agressão era o dia a dia. Hoje não tem mais isso. Tivemos a GCM de segurança do local 24h por dia e era muito boa. Então é preciso rever, fica difícil dar opinião para istrar porque não somos es, somos legisladores, mas a coisa não está bem senhor prefeito, precisa mudar”, completou Prates.
De acordo com o parlamentar, o governo poderia investir o dinheiro que planeja gastar com uma agência de publicidade, em setores que necessitam de verba pública para melhorar seu atendimento. “Poderia ar muito bem sem isso, é uma questão de prioridade. Sou contra gastar qualquer centavo com isso e com outras coisas que vivem rodando por aí, espero que dê tempo de voltar atrás. Jamais vou aceitar gastar dinheiro com comunicação. Nós precisamos comprar remédio, leite, tapar buraco, e não temos dinheiro pra nada.”
O vereador Rafael Talarico também relembrou os tensos momentos entre médico e paciente no Pronto Socorro e lamentou a situação, cobrando mais ação da prefeitura com a segurança do local. “Sou solidário com a família que infelizmente perdeu a criança, mas o PS, em matéria de segurança, é precário. Vou continuar a bater nessa tecla sempre, já conversei com o prefeito, a Guarda Municipal a gente sabe que tem problema de contingente, é difícil pra eles, mas se não tem condições da GCM ficar lá, então que faça a adesão da indicação do vereador Moretti, que se contrate uma firma particular de segurança para o PS. Porque, o médico tem que atender cidadão machucado e tem que cuidar das costas para não ser agredido.”
O edil frisou as reivindicações que tem recebido por parte da população e dos servidores. “Recebi várias reclamações de enfermeiras; uma dela foi aplicar injeção em um embriagado e ele levou as mãos aos seios da enfermeira. Tem que colocar segurança lá sim, está difícil para os profissionais trabalharem lá. Vou reivindicar, tem que ter segurança 24 h por dia. Toda semana recebo reclamações de funcionários e pacientes e a gente está vendo aí. Se não tivesse segurança lá poderia ter acontecido algo pior”, finalizou.