Paixão de Cristo: Silêncio, Reflexão e um Chamado ao Amor  4r944

Editorial
Guaíra, 18 de abril de 2025 - 09h17

Nesta Sexta-feira Santa, mais uma vez o mundo cristão se volta para o Calvário. O coração da fé cristã se concentra no mistério da cruz, na entrega total de Jesus por amor à humanidade. Mas, para além dos ritos religiosos e da tradição que se repete a cada ano, a celebração da Paixão de Cristo nos provoca a olhar para o presente — e a nos perguntar o que essa história ainda tem a dizer ao nosso tempo.

A resposta é simples e, ao mesmo tempo, profunda: tudo.

Vivemos tempos difíceis. A correria do dia a dia, as preocupações com o futuro, a polarização nas relações, a falta de diálogo, o egoísmo disfarçado de progresso. Em meio a tudo isso, a cruz de Cristo continua erguida diante de nós, como sinal de um amor que não calcula, que se doa até o fim, que carrega a dor do outro sem virar o rosto.

A dor que Cristo carregou há mais de dois mil anos continua presente em muitos rostos que cruzam nosso caminho todos os dias — no vizinho que sofre calado, na mãe que luta para sustentar a família, nos jovens que não enxergam perspectiva, nas pessoas invisibilizadas pela sociedade.

A Sexta-feira Santa não é apenas uma lembrança triste do ado. É um convite atual à empatia, à solidariedade, à compaixão. É um chamado para que cada um de nós se pergunte: “O que tenho feito com o amor que recebo? Tenho carregado também as dores dos outros, ou tenho fechado os olhos para elas?”

Jesus, com sua cruz, nos ensina que o amor verdadeiro a pela entrega, pelo sacrifício e pela esperança. E é disso que o mundo — e a nossa cidade — precisa. Menos indiferença, mais cuidado. Menos julgamento, mais acolhimento. Menos pressa, mais presença.

Que esta sexta-feira seja um momento de pausa e reflexão. Que possamos olhar para dentro e perceber o que precisa morrer em nós para que o amor renasça. Que o silêncio da cruz fale alto em nossos corações. E que, ao sairmos dessa reflexão, sejamos pessoas melhores — para nós mesmos, para quem amamos, para quem encontramos.

A Paixão de Cristo é, acima de tudo, um lembrete de que o amor é mais forte do que a dor. E que sempre vale a pena recomeçar.


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