Por Dr. Nalini
Análise serena da situação mundial em relação à produtividade mostrará que o Brasil está muito longe de figurar no ranking das Nações mais desenvolvidas. Reconhece-se que muito se investiu e continua a se investir em educação pública, mas os resultados são pífios.
Pouca gente consegue detectar o que realmente ocorre. O ensino a ao largo da profunda mutação da realidade, causada pela 4ª Revolução Industrial. Sem que se tenha exata noção, a inteligência artificial entra no dia a dia, assim como a robótica, a automação, a nanotecnologia, a Internet das Coisas, as novas dimensões e o irável mundo novíssimo que apanhou em pleno percurso o ser humano acomodado.
A escola continua a privilegiar a transmissão de informações, como se ainda fosse possível dizer que alguém é o detentor do conhecimento e que o educando é vazio de dados, cuja cabeça haverá de ser preenchida com as lições recebidas.
Fácil verificar a criatividade e a engenhosidade infantil, sufocadas quando se coloca a criança na escola. Ali ela é um número a mais, alguém que terá de ser disciplinada e treinada para se comportar de acordo com a expectativa de comportamento de uma cultura anquilosada e inerte.
Não se generalize, porque existe experiência saudável em alguns espaços. Mas a imensa maioria preserva o modelo antigo, que já deveria ter sido sepulto e substituído pelo investimento em outras habilidades.
Eliminem-se os dogmas do emprego definitivo, da permanência durante décadas na mesma empresa, na ficção de que o diploma de nível superior garantirá ingresso no mercado de trabalho e oportunidade para “vencer na vida”.
Isso não existe mais. O adulto do futuro terá de ser habilidoso a ponto de desenvolver várias potencialidades e ter capacidade de adaptação para mudar de ramo e de atividade muitas vezes em sua vida útil.
Empatia, capacidade de comunicação, sedução pelo inesperado, facilidade de mudança abrupta de rumo e tudo aquilo que o mundo reserva para quem tiver o privilégio de viver esta nova era.
O principal é convencer-se de que depende de cada um o esforço de autodidatismo que estimule a busca permanente de novos conhecimentos, humildade para descortinar o horizonte crescente da profunda ignorância, à medida em que se descobrem outras verdades.
Só muito mais tarde é que a escola, instituição humana e, portanto, falível, descobrirá a urgência de acertar o o com a realidade. Enquanto isso, continuará a produzir seres inadaptados para o mundo que reclama flexibilidade, abertura para o ignoto, vontade invencível de atingir a plenitude, na vocação de perfectibilidade que é o destino natural da espécie humana.