Nada sabia da vida, apenas vivia a vida de quem tinha apenas um ano de idade, quando o Partido dos Trabalhadores ousou disputar pela primeira vez a prefeitura de Guaíra nas eleições de 1988, era um bebê, assim como eu, e teve a coragem de lançar ao majoritário o alfaiate Albertino Pereira dos Santos e a cozinheira dona Geralda Geltrudes da Silva como vice. Apoiados por uma chapa de 10 candidatos a vereador, todos trabalhadores assalariados. Mesmo com a inexpressiva força política que o partido tinha na cidade, a coragem de se apresentar como alternativa de poder, inovaria e quebraria a tradição de disputa entre apenas duas forças políticas antagônicas que se revezavam no poder, capitaneadas pela elite local.
Apesar do fraco resultado eleitoral, o primeiro o estava dado e permitiu ao PT a eleição do seu primeiro vereador em Guaíra, o bancário Sérgio de Mello, nas eleições municipais de 1992, que teve a brilhante professora Maria Helena Nogueira como candidata à prefeita e o comerciante Eusimio Fraga como vice.
O PT trouxe finalmente ao Brasil e a Guaíra, a representatividade das mulheres, negros, lideranças populares e gente comum do povo, que aram a ter protagonismo na política, conquistando cada vez mais mandatos eletivos em todas as instâncias e revelando uma nova maneira de governar e legislar, com forte participação popular e políticas sociais inclusivas.
Em 1996, o apoio do PT e a presença da dona Janete Barini como candidata a vice foram determinantes para a surpreendente vitória de Claudio Armani (PMN), candidato majoritário da coligação Participação e Transparência, que elegeu uma bancada de quatro vereadores, sendo três do PT.
Não foi boa a experiência de apoiar alguém, tanto que nunca mais o Partido dos Trabalhadores deixou de ter candidato próprio nas eleições seguintes: em 2.000; na eleição extraordinária de 2.003 para o mandato tampão, em virtude da morte de Minininho e Dr. Orlando.
Em 2004, vencia pela primeira vez Sérgio de Mello e Dr. Aloizio, e em 2012, novamente uma com Sérgio e Denir.
Em 2016, desgastado com o impeachment ilegal da presidente Dilma e com a campanha nacional de difamação e criminalização do partido, o PT local decidiu oferecer apoio para outro candidato local (PMDB), que recusou, e diante a recusa, restou a alternativa e a ingloriosa tentativa à reeleição.
E agora, em 2.020, a menina que praticamente nasceu junto a este partido, e estando novamente diante de um processo eleitoral local, como presidente do diretório municipal do PT, manifesto publicamente minha posição de que o PT apresente candidatura própria a prefeito, conclamando todos os dirigentes, filiados e simpatizantes a irmanarem-se neste propósito, bem como para a formação de chapa completa para disputar a vereança.
O que nos credencia é o enorme legado de obras públicas, ações e projetos que fizeram diferença para melhorar a vida dos guairenses durante as duas gestões petistas (2005-2008 e 2013-2016). Embora nossa principal liderança – o ex-prefeito Sérgio de Mello – esteja impedida de concorrer às eleições, temos ótimos nomes alternativos no quadro de filiados, masculinos e femininos, mas avalio que seria um bom momento para Guaíra inovar e ser governada por uma mulher, me colocando como opção, ou as companheiras Susete Barini ou Selma Mello, por exemplo.
Acredito que o desencanto dos eleitores com o bolsonarismo, somado a todos os retrocessos que o país vive desde o impeachment ilegal da presidenta Dilma, e da prisão injusta do presidente LULA, como o desmonte da previdência e fim da aposentadoria, supressão de direitos trabalhistas com precarização do trabalho, corte brutal de gastos em setores essenciais como Saúde e Educação, fim do programa Minha Casa Minha Vida e tantas outras mazelas, são motivos mais que suficientes para o povo dar o troco nas urnas, votando em candidaturas populares e de partidos progressistas, especialmente o PT.
Essa é minha avaliação e proposta. Está lançado o debate.