Até meu filho de 10 anos já brinca quando aparece publicidade dentro dos programas televisivos. Ele vira e fala: olha a propaganda!!! Sem entrar no mérito dos conceitos que diferenciam publicidade de propaganda, acho sensacional. A ação está funcionando e sem ser subliminar.
O fato é que há uma luta diária nas empresas para chamar a atenção do consumidor. E isso está cada vez mais difícil. Os meios de comunicação, tanto os produtores (criadores e produtores efetivos), quanto distribuidores (canais, sejam eles televisivos, radiofônicos, impressos, digitais etc.) de programas (que por vezes é a mesma empresa), precisam chamar e reter a audiência por meio desses programas e, ao mesmo tempo, abrir espaços para que as empresas mostrem suas promoções, seus produtos e serviços, para esses consumidores/espectadores.
O modelo tradicional de intervalos comerciais ainda funciona muito, mas, vem ando por necessidades de mudanças mais efetivas ao longo dos anos. Antes da internet e dos smartphones, o controle remoto alterou o comportamento do telespectador/ouvinte. Por conta disso, algumas emissoras, por exemplo, adotaram um modelo de finalizar um programa e já iniciar outro, sem intervalo comercial no meio (coisa que vinha acompanhando TVs e rádios desde os primórdios). A Rede Globo, de um modo geral ou a exibir a abertura dos programas ao fim do primeiro bloco de cada atração, quando os chamados “reclames” (no caso da emissora em questão, o Faustão eternizou chamando de reclames do plim plim – e o apelido de reclame, por sua vez, vem exatamente por conta do modelo chamado de marketing de interrupção, que se dá por conta de estarmos vendo um programa e o intervalo comercial o interrompe, aí, então, gera reclamação).
Aliás, por falar em plim plim, sem que se percebesse, ele foi meio que abandonado, ficando a alguns filmes. É que o som ativa a mente para o intervalo, fazendo com que as pessoas se levantem, saiam, vão beber água, ao banheiro etc., e quando ouvem o plim plim, voltam. Claro que os anunciantes não gostam, pois investem e não são vistos.
Para piorar, muitos apresentadores (inclusive dos mais famosos), na ânsia de anunciar o intervalo e a importância das atrações do próximo bloco, dizem para as pessoas fazerem exatamente o exposto no parágrafo acima (ir beber água, preparar café, chimarrão etc.).
Por tudo isso, as marcas, por meio de suas campanhas, têm cada vez mais que transformar seus anúncios em conteúdos (e muitos já fazem). E isso inclui as promoções e exposições dentro dos programas, como parte deles. Esse é o desafio para os produtores: contar histórias (seja em novela, filme, game show etc.) abrindo espaço para as marcas e inserindo-as no contexto do seu roteiro.
Pense nisso, se quiser, é claro!
Prof. Ms. Coltri Junior é consultor, palestrante, . de empresas, mestre em educação, professor, escritor e CEO da Nova Hévila Treinamentos. www.coltri.com.br; Insta: @coltrijunior