Diga-me com quem andas que eu te direi quem és, diz o velho ditado. Se levarmos em consideração que as relações e os comportamentos são estáticos e imutáveis, a frase é totalmente verdadeira.
Ocorre que a paixão e o entusiasmo têm o poder de cegar as pessoas. E isso pode ser bom e ruim, também. Não fosse assim, talvez não aríamos as imperfeições das outras pessoas com as quais nos relacionamos. A fase de estreitamento das relações necessita de um quê de “cegueira”.
Portanto, nesse momento, não podemos cravar que “com quem andas” diga tudo sobre você. Porém, a partir de determinada fase do relacionamento, aí sim, ao conhecer muito mais sobre a outra parte, permanecer ou não com sua imagem ligada a ela é fator decisivo sobre quem você é. Então, ao menos a partir de determinado momento da relação, com quem andamos gera uma marca em nós. Isso vale para amizades, para relações comerciais e para o amor, inclusive.
Quando a gente estabelece uma amizade com um casal, por exemplo e, depois de um tempo sem se ver, quando a gente se encontra com um, sempre lembra do outro. E quando eles se separam e a gente não sabe? Eu mesmo já ei por situações desagradáveis por desconhecer a separação de um casal.
Quando trabalhamos em uma empresa por um tempo, idem. Eu mesmo levei tempo para desvincular a minha imagem de uma Instituição de Ensino (embora tenha saído há quase 7 anos, ainda há quem fale comigo pensando que ainda estou lá – mas, como é uma empresa séria, isso não é ruim, pelo contrário).
Essa situação vale, também, para a publicidade. É preciso saber com qual imagem de apresentador ou programa sua marca interage e vice-versa. Embora seja parte do profissionalismo representar uma marca em uma publicidade, no fundo há um simbolismo: você está, queira ou não, assinando embaixo aquilo que é dito. Portanto, é preciso ter cuidado com as marcas para quais você vai emprestar seu rosto e sua voz.
Claro que falo aqui sobre um cuidado com a imagem que se quer ter, que quer ser visto(a). Você pode não se importar, isso é um fato, mas, que vai gerar uma marca, vai. É uma lei implacável. Não à toa, a canção “O que é que tem?” (Jorge, cantada por Jorge e Mateus), dentro de sua simplicidade e sabedoria, diz: “deixa o povo falar / o que é que tem? / eu quero ser lembrado com você / isso não é problema de ninguém”.
Atenção aqui! Como diz o outro: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Você pode não se importar, mas, relacionamentos geram, além dos vínculos emocionais, vínculos sociais, também.
Portanto, relacionamentos, a partir de certo tempo, geram marcas. E marcas, obviamente, marcam. Assim, embora não seja problema de ninguém, é com elas que vão lembrar de nós. Por isso, “pra deixar acontecer, a pena tem que valer”.
Pense nisso, se quiser, é claro!
Prof. Ms. Coltri Junior é consultor, palestrante, . de empresas, mestre em educação, professor, escritor e CEO da Nova Hévila Treinamentos. www.coltri.com.br; Insta: @coltrijunior